segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Para além da Copa de 2014

Tenho reiterado nas reuniões da Comissão de Habitação / Secopa que o que menos me interessa é o resultado final da Copa de 2014. Principalmente porque em Porto Alegre não teremos jogos da seleção e, portanto a Capital não será palco das emocionantes finais. O que me chama atenção é que a Copa provocará importantes modificações na cidade e estes impactos devem ser positivos e serão nossas vitórias.

Não sou o único a pensar assim. Mesmo para os mais fanáticos torcedores da Região da Grande Cruzeiro, tudo que não se refere às conseqüências e impactos das obras viárias provocadas pela Copa, torna-se secundário.

Isso evidencia questoes óbvias e importantes: as pessoas estão preocupadas com a sua moradia! Como ficarão as residencias atingidas pelas obras? Se ficarem no bairro, em que condição será? Se saírem, para onde vão? A cada reunião com a Prefeitura as informações chegam, mesmo que lentamente, e as dúvidas vão se dissolvendo. O processo é lento e está em construção.

O método adotado, apesar de não ser o desejado por nós, apresenta elementos muito positivos. A retomada da massiva participação popular é um deles. Percebo que mesmo os que não serão atingidos diretamente pelo traçado viário da nova Avenida, são atuantes nas negociações com a Prefeitura. É um fôlego para a consciência da coletividade. O segundo é a interação da população, de maneira direta com o Governo Municipal. A cada reunião, a comunidade traz novas propostas ao projeto e dividem, com o Poder Executivo, a responsabilidade das decisões sobre o futuro. Este é o melhor cenário, a retomada da construção coletiva.

O terceiro elemento, para mim o mais forte, é a possibilidade de qualificação e melhorias nas condições de vida de todos os moradores da região. Frisamos permanentemente que a solução Habitacional é apenas uma parte de todas nossas reinvidicações ou se a prefeitura preferir “construção coletiva”. Ate então sem porém.

Desenvolvimento econômico, cultura, esporte, lazer e saúde são pautas permanetes de nossa comissão. Cobramos que a Prefeitura avance nestes temas, contribuindo, inclusive com dados de como e onde fazer intervenções e as melhorias. Sempre construindo dentro da coletividade do movimento. E com a compreensão de que sem isso o projeto não se sustenta.

Não foi fácil chegar até esta fase do projeto e das negociações. Pois foi preciso vencer desconfianças e transições para construi a relação da comunidade com o governo municipal. E ainda temos muito a vencer. Este projeto que começou num governo interrompido e que poderá ser concluído por um terceiro governante poderá ter mudanças futuras, talvez não as desejadas. Alem disso, as discussões coletivas podem sofrer interferencias de elementos externos, sem legitimidade, pautados nas disputas politicas.

Interesses que certamente não auxiliarão neste processo de tamanha importância para a região e para a cidade. Não deixaremos transformarem esse processo em disputas políticas e partidárias. Se depender de mim não!

Michael Santos

Coordenador Geral

Comissão de Habitação \ Secopa da Grande Cruzeiro

2 comentários:

andrerdoasantos disse...

O que foi apresentado de concreto?nada. Algum projeto definido,para que as familias escolha o que realmente querem.

andrerdoasantos disse...

Alguém sabe dizer quantas familias querem sobrado ou casa ou condomínio ou abono.